Texto redigido por professores do IM. Para pensar sobre o Serocentrismo que marca a vida administrativa e acadêmica na nossa universidade.
Nosso Serocentrismo de cada dia...
Ahyas Siss, Denise Takenaka, Evandro Correa, Marcos Caldas, Mônica Martins,
Otair Fernandes, Ricardo Costa, Sandro Neves (Professores do Instituto Multidisciplinar/ Campus Nova Iguaçu).
Vivenciamos o desafio daqueles que ingressaram há pouco em uma universidade em expansão, mas enraizada em forte cultura política centrada no Serocentrismo: nossa dependência diária das instâncias acadêmicas e administrativas centradas no campus de Seropédica. Apesar de convivermos já há quase uma década com a realidade multicampi a Rural continua mantendo sua vida acadêmica e administrativa centrada nas decisões tomadas nos corredores do P1.
Esse elemento inusitado de uma cultura política arcaica aponta as deficiências em perceber um modelo administrativo para a universidade que conceba a nova estrutura multiregional e a perspectiva de promover a integração da pesquisa e do ensino com uma prática extensionista onde a universidade se proponha a realmente dialogar de forma permanente com a sociedade.
No debate eleitoral que se apresenta hoje na universidade corremos sério risco de ver o velho mascarado de novo: diretrizes traçadas por velhos olhares que não conseguem romper e entender a nova universidade; o apelo de uma cultura personalista onde a perspectiva política se constrói a partir de grupos já estabelecidos é forte demais, impossibilitando que se formule para a universidade uma proposta realmente democrática. E é bom lembrar que pra ser democrático é necessário aceitar o diferente, lidar com as divergências, incluir o novo.
Para que a Rural possa ter uma política multicampi e multiregional não basta reconhecer “seu entorno”. É necessário planejar, direcionar ações que melhorem a situação dos diversos campi, descentralizar as práticas administrativas (a administração deve ser também multicampi!), desconcentrar o poder, democratizar a informação e solucionar as assimetrias diversas geradas pelo distanciamento entre os campi. No entanto, para fazer surgir uma nova proposta de universidade é necessário que se proponha a romper com as velhas práticas políticas. É necessário que a administração central não seja um clube de amigos, mas que ela se torne um elo entre as mais diversas vozes da universidade.